segunda-feira, 11 de julho de 2011

GOSTO DO MONTE ...

Mensagem do P.e José Fernando no encerramento da Festa de Santa Helena.

Gosto do monte...
Gosto de passear no monte...
Gosto de sentir a sua imponência...
Gosto deste monte onde me encontro, o monte da Santa Helena...
Sempre me encantaram as magnificas paisagens que no monte podemos contemplar.
Às vezes paro num monte e extasiado fico ali... só, em silêncio e a olhar o infinito, deixo que a brisa atrevida abane o meu corpo e liberte os meus pensamentos. De quando em quando, distraio-me e dou comigo bem longe do monte em que me encontro, nesse momento parece que sou capaz de abraçar o que os meus olhos alcançam.
Noutras momentos, o monte é pouco claro! A neblina e a tempestade tomaram conta do monte e não me deixam ver nada. O horizonte é indecifrável. Só me permite que olhe para mim mesmo e descubra a tempestade e o reboliço que em tantas horas rodeiam o meu coração, querendo tomar posse de todo o meu ser.
E em tantas outras ocasiões, o monte é silêncio... uma paz tremenda... uma ausência de tudo e de todos... é límpido e forte... o espaço ideal para me encontrar com o Criador de todos os montes.
Quando o tempo não me permite, atiro com o meu espírito para o monte e recordo-me das sensações passadas que o monte deixou ficar na minha alma.
O monte, a montanha, está lá sempre!... quando não subo a sua presença... sinto que ele me observa e me protege abraçando-me com a sua altitude, enquanto caminho e actuo na minha aldeia, vila ou cidade...
Mas o meu peregrinar não me pode afastar da vontade de subir ao Monte...
Subir ao monte não é fácil... é doloroso... quantas vezes não temos que parar, e se vamos sozinhos torna-se mais difícil se não impossível. Em grupo, em comunidade, como paróquia a subida e a carga é aliviada.
O nosso monte, a nossa montanha, durante estes dias e em tantos dias da nossa vida, é o nosso Deus. A minha montanha é Deus, e por isso, é que eu gosto de subir até Ele.
Esta deve ser a razão das muitas referências que merece o monte na Sagrada Escritura. Em todos os acontecimentos importantes estão e estiveram viagens ao monte. Desde Moisés com as Tábuas da Lei e as suas incontáveis idas ao monte para falar com Deus, aos diversos templos construídos no monte em Israel, às escolha dos discípulos, à crucificação, à ascensão... até às inúmeras noites que Jesus viveu no monte para rezar. O monte é na verdade o lugar privilegiado para nos encontrarmos com Deus.
No monte Deus e eu como que nos abraçamos. É no monte, e como nos relata S. Mateus que Jesus nos oferece o seu caminho de felicidade, com as Bem Aventuranças: felizes os pobres, felizes os que choram, felizes os que são perseguidos, felizes os misericordiosos, felizes... felizes todos nós...
Como desejamos ser felizes?! Que vontade enorme de conquistar a felicidade?! Estes dias foram também uma oportunidade para no Monte de Deus, com a bênção da Senhora das Dores e a intercessão de S. Helena da Cruz, encontrarmos pistas para sermos felizes na descoberta do que sou e da minha integração, compromisso de serviço e oração com a comunidade paroquial onde estou inserido.
É hora de descer do monte... De partir para as nossas vidas e aí querer viver a Felicidade e a Felicidade não é mais nada do que sermos Santos.
Por isso, quero deixar-vos um texto do Beato João Paulo II, e que ele seja o compromisso que levamos deste Monte:
Precisamos de Santos sem véu ou batina.
Precisamos de Santos de calças de ganga e sapatilhas.
Precisamos de Santos que vão ao cinema,
ouvem música e passeiam com os amigos.
Precisamos de Santos que colocam Deus em
primeiro lugar, mas que também se ‘esforcem’ na faculdade.
Precisamos de Santos que tenham tempo para rezar
e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que se consagrem na sua castidade.
Precisamos de Santos modernos, Santos do século
XXI, com uma espiritualidade inserida no nosso tempo.
Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e
as necessárias mudanças sociais.
Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem
no mundo, que não tenham medo de viver no mundo.
Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hamburgueres, que usem jeans, que sejam internautas, que usem ipod.
Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro,
de música, de dança, de desporto.
Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a  Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um ‘copo’
ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos.
Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos,
alegres e companheiros.
Precisamos de Santos que estejam no mundo;
e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo,
mas que não sejam mundanos."

E eu acrescento...
Precisamos de Santos que sejam de Tarouca, Lamego, Castro Daire, Viseu... ou de outro lugar...
Precisamos de Santos de carne e osso e que façam dos outros santos também...
Precisamos de santos... homens e mulheres, jovens e crianças felizes...
Por isso, desce... e conquista a santidade!
P. Zé Fernando

5 comentários:

  1. Totalmente de acordo! Precisamos de sacerdotes que nos aproximem Dele

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  2. Só acrescento:
    Precisamos de CRISTÃOS que nos aproximem d'ELE!
    O sacramento que nos torna apóstolos é o Baptismo. Se todos somos igualmente baptizados, todos somos igualmente enviados.

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  3. Gostei desde o 1º dia da Mensagem do Padre Zé Fernando. Nada me custa acreditar, serem estas as suas palavras finais! Foi com pesar que não consegui estar presente no final. Concordo com ele e é neste espírito que nos leva a ficar presos ao "Monte" (ao que eu já sou)! Acredito que é desta forma que se cativam mais ovelhas perdidas! Especialmente os Jovens, que têm A Palavra esquecida em seus corações!
    Tive um enorme prazer, em ser uma ouvinte atenta dos seus sermões e Homilias! Bem Haja!
    Parabéns ao Pároco de S.Pedro de Tarouca, por o ter convidado nesta altura em que precisamos de força para não esmorecer!Ainda por cima no monte em que estamos em simbiose com N. Sra das Dores e Sta Helena da Cruz!

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  4. Foi o primeiro ano que passei o dia inteiro da festa na serra... estava e estou com alguns problemas pessoais bem difíceis de resolver,mas nesse dia desci para a minha casa com uma força que nunca antes tinha sentido...pareceu-me que Santa Helena e a Sra. Das Dores tinham descido comigo para perto de mim....
    Foi também a algumas novenas, aquelas que m foram possíveis ir, e ao fim de cada uma delas eu parecia uma pessoa nova . Adorei as homilias do Sr. Padre, adorei tudo....

    Ana

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  5. estive toda a semana em santa helena e nao há melhor explicação da serra como tudo o que este texto diz..parabens ao Sr. Padre

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