Frequentou os Seminários Diocesanos e foi ordenado sacerdote em 8 de janeiro de 1977.
Depois do estágio pastoral, realizado com o P.e Zé Guedes na Paróquia de Salzedas, foi nomeado Pároco de Mondim da Beira, Dalvares e São João de Tarouca em janeiro de 1978. Em outubro deste mesmo ano, juntaram-se-lhe o P.e Matias, então à frente do Secretariado Diocesano da Juventude e o estagiário Carlos Lopes. Após a ordenação sacerdotal deste último, o senhor Arcebispo, D. António de Castro Xavier Monteiro, mantém a equipa sacerdotal, alargando espaço pastoral com as Paróquias de Vila Chã da Beira, Cimbres e Várzea da Serra. Pouco tempo depois, o espaço pastoral alarga-se às Paróquias de Ucanha e Gouviães.
Em outubro de 1988, em virtude de ter sido confiada à equipa sacerdotal a povoação de Vila Chá do Monte, até então com pároco próprio, o senhor Bispo aceita que a mesma equipa seja libertada das Paróquias de Vila Chã da Beira e de Cimbres.
Em 1991, o P.e Matias fica com Várzea da Serra para onde vai residir e o P.e Carlos vai para a Paróquia de Tarouca. Desde então e até ao presente, o P.e Ramos ficou sozinho com a paroquialidade de Mondim da Beira, Dalvares e Ucanha.
O P.e Manuel Ramos tinha dons multifacetados. A música era uma área que sempre lhe mereceu muita dedicação. Os grupos corais das paróquias, o ensinar a tocar órgão, a elaboração de livros de cânticos para ajudar os corais e as assembleias a participar, a animação através do acordeão de "cantar os Reis" ou de peditórios e de festas populares. Embora apreciasse uma saudável discussão, era na vida muito prático. Quando se tratava de dar resposta aos problemas e necessidades das paróquias, ele definia claramente o que pretendia e as etapas a percorrer.
Sabia escutar, tinha esse dom maravilhoso. Nele havia sempre uma palavra oportuna para a situação. As pessoas gostavam de falar com ele. Era um homem positivo, otimista, apreciador da alegria e de a transmitir.
Muito próximo das pessoas, fosse em sua casa, na Igreja, no café ou nas vistas às casas das famílias ou em encontros de grupos ou paroquiais. Sabia pôr-se à-vontade e pôr os outros à-vontade, sem que isso significasse menos respeito ou rebaldaria.
Não gostava de ocupar a "boca do palco", era discreto mas eficaz. Gostava de se sentir povo no meio do povo. Percebia muito bem quando estar e quando se retirar.
Foi um criativo e as obras nas suas Paróquias aí estão para o testemunhar. Igrejas bem tratadas, Centros Catequéticos, Centro de Dia de Mondim da Beira, Capelas Mortuárias, restauro e conservação dos templos... E quando a morte o veio buscar, tinha em mente algumas realizações visando o bem estar das pessoas e das comunidades.
Amigo dos colegas, a todos acolhia com amizade. Desempenhou funções diocesanas: foi arcipreste e integrou até ao presente o Conselho Presbiteral. Além disto, foram vários os seminaristas que passaram pelas suas paróquias, em amadurecimento vocacional e crescimento pastoral.
Sabia fazer o bem e ajudar as pessoas, mas sempre com a máxima do Evangelho "Não saiba a esquerda o que faz a direita".
A preocupação pastoral, nas suas várias vertentes, era constante e falava das suas três comunidades com enlevo, carinho e paixão, salientando sempre o positivo e o desafiante.
Como cristão e como padre, Jesus Cristo era a sua paixão e a sua luz.
Dos três "padres capadócios", como dizia o D. Jacinto, que residiram em Mondim, um acaba de falecer, o P,e Matias, desde 2019, está doente dependente, resta apenas o "mais ruim dos três", o autor deste testemunho. Com as maleitas que a idade acarreta, mas ainda em serviço... até que Deus diga...
Tenho a certeza absoluta que o P.e Ramos, agora na Mão do Deus da alegria, não nos esquece junto do Eterno e a Ele intercederá pelos familiares, pelos paroquianos, pelos amigos , pela Igreja e pelos antigos colegas de equipa.
Que descanses em Deus, amigo!
Não te esquecerei!
Abraço
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