terça-feira, 10 de março de 2015

Quando Jesus Cristo foi ao futebol...


Um grande jogo de futebol naquele domingo. Mexe com o país inteiro. Mobiliza jornalistas, televisões, polícias. O estádio tem a lotação esgotada.
Jesus Cristo, após ter participado na Eucaristia com os discípulos, disse-lhes: "Ide e descansai um pouco".  Em seguida, meteu-se no transporte público e dirigiu-se para o local onde se reunia a enorme e ruidosa claque do clube visitante. Comprou um cachecol e juntou-se ao grupo. A alegria contagiante, o olhar profundo e seguro, a palavra espontânea e oportuna, rapidamente o transformam no líder. Todos se sintonizaram com ele. Pediu então que fossem retiradas certas faixas e abolidos alguns cânticos e palavras de ordem. Todos acataram e o entusiasmo clubista subiu de tom.
Nos circuitos policiais surgiu o alerta: " Há um desconhecido a chefiar a claque. Um homem de cabelos compridos e de barba. É preciso estar muito atento. Pode tratar-se de um elemento muito perigoso."
A claque entrou no estádio. Alegria esfusiante. Indiferente às bocas e provocações que iam surgindo. No recinto de jogos, não pararam os cânticos de incitamento à equipa.  O homem de cabelos compridos e de barba mantinha-se ao comando.
Inesperadamente Jesus partiu, sem dar nas vistas. Agora estava com a claque da equipa da casa, de cachecol e tudo. A rigor. Também entre estes se impôs naturalmente. Pouco depois, já estava a chefiar os adeptos. Discretamente pediu que fossem retiradas umas sarjas ofensivas para o adversário e que certos cânticos e palavras de ordem deixassem de ser entoados. A sua palavra é acatada. O entusiasmo redobra.
O estádio era uma festa. A paixão e o extravasar de emoções coincidiam belamente com a paz, o são desportivismo e a camaradagem que foram contagiando a assistência. Os adeptos dos dois clubes podiam agora festejar sem se sentirem ameaçados pelos adeptos do clube adversário.
No final comentava-se que nunca se vira um jogo assim. Que valia a pena ir ao futebol para uma festa desta beleza.
Os circuitos policiais tinham razão. O homem dos cabelos compridos era mesmo perigoso. Se era! Perigoso para a desordem, o insulto, a violência, o fanatismo.
"Vem mais vezes, Senhor Jesus!"

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