5º Domingo da Quaresma (Domingo de Lázaro). Para D. José Ornelas, bispo de Setúbal, diálogo entre as irmãs de Lázaro e Jesus, foi o pretexto para lembrar as perguntas da humanidade envolvida numa pandemia, que questiona as razões do sofrimento e da morte.
Para o bispo de Setúbal, “isto não se resolve com discursos” e, à semelhança da narrativa do Evangelho onde Jesus não propõe à família de Betânia um “princípio teórico” ou uma “revivificação de Lázaro por uns dias” mas “libertação da morte”, também hoje desafia a descobrir os muitos gestos de libertação da morte e de quem não desiste de “levantar os olhos para o céu”.
Talvez ouvíssemos Jesus dizer: ‘Procura-me nas urgências dos hospitais, cansado, de máscara, com equipamento protetor, arriscando a vida para que muitos possam viver; procura-me nos lares, acompanhando os mais frágeis, nos serviços mais elementares e indispensáveis, resistindo ao medo que seria pior que o próprio vírus; ando pelos laboratórios procurando soluções novas para esta crise nova; vou lavando estradas, juntando lixo, levando produtos para todos; podes ver-me também num padre ancião destes dias que ofereceu o seu ventilador a um jovem para que pudesse viver. Já tive a alegria de o abraçar, como a todos os que semearam na terra a semente da vida e do amor pelos outros. Eles parecem-se bem comigo porque eu continuo presente neles e hoje eles estão comigo. E estou contigo e com vocês todos que ficam em casa quando vos apetecia sair.
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