FERROVIA DE TAROUCA
Foi em março de 1930 que foram reorganizados e aprovados os
planos ferroviários para as linhas de todo o país. Era então Ministro do
Comércio e Comunicações, João Antunes Guimarães. O diploma que aprova o plano
geral da rede ferroviária foi depois publicado (Decreto n.º 18 190) no Diário
do Governo em abril de 1930.
Com a concordância da Direção-Geral dos Caminhos de Ferro e do
Ministério respetivo, vemos nas páginas 662 e 663 do Diário do Governo e no
Mapa n.º 2, anexo ao diploma, que a zona de entre Douro e Tejo, com via
estreita, menciona a Linha de Lamego já em construção a partir da Régua. Posteriormente
sairia uma linha de Lamego, em via estreita, para TAROUCA, Moimenta, Vila da
Ponte, Sernancelhe e Trancoso que, depois, iria ligar a Vila Franca das Naves e
Pinhel.
Supõe-se que a estação ferroviária de Tarouca ficaria situada
nos arredores do “Talho Tarouquense Porfírios”, portanto, na envolvente da
Avenida Dr. Sá Carneiro, Praça Quinta do Prado e Rua do Prado. Presume-se ainda
que depois a linha passaria, aproximadamente, no Bairro de São Pedro, Arcos de
Paradela, Fonte da Cana, Mondim, Almodafa e Capela de Santa Cruz (ermida entre
Salzedas e Granja Nova).
Possivelmente ficaria aqui um apeadeiro que seria utilizado,
essencialmente, pela população das freguesias de Salzedas, Cimbres e Granja
Nova seguindo, depois, o trajeto já definido. Sabe-se que alguns agricultores
do Concelho que levavam, de quando em vez, em carros de bois, alguns produtos
(sacos de batatas, barris e garrafões de vinho, etc) à estação ferroviária da
Régua, para seguirem para o Porto, já esfregavam as mãos de contentes pela chegada
deste meio de transporte.
Houve alguma espectativa na ocasião. Mas, afinal, não passou
de uma promessa governamental não realizada. O escoamento de produtos agrícolas
foi resolvido quando, cerca do ano de 1948, um empresário de Salzedas começou a
transportá-los, em camioneta, para o Porto. Decorrem, portanto, este ano
(2020), os NOVENTA ANOS deste anúncio ao país que não passou de projeto.
Isaac R. Proença
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