O Elias. Brincava imenso com a sua jovem avó. Jogavam à bola, faziam pocinhas na areia, chapinhavam na água... Belíssima cumplicidade.
O Elias teria não mais de 2 anos. Todo ele era simpatia, afabilidade. Por isso conquistou o coração de todas as pessoas que estavam na praia junto ao paredão.
Então a jogar à bola era um espetáculo! Cada chuto no ar! Mas, de longe em longe, lá acertava. Só que a direção não era a melhor. E lá ia bater a pequena bola num ou noutro dos veraneantes. Logo acorria o Elias, com um ou dois tombos pelo meio, a pedir desculpas: "culpa!". E sorria. Falava para as pessoas numa linguagem muito própria da sua idade, por isso quase impercetível a quem não estiva habituado a ele. Mas o seu sorriso falava muito mais.
Uns adolescentes saltam para a água onde brincam. Elias fica parado a observá-los. Quando regressam às toalhas, o menino fala com eles. Como quem o despacha, fazem-lhe uma festinha e caminham. Só que o petiz não desiste e dirige-se-lhes. Um dos jovens traz o pequeno para junto da avó e começa a brincar com ele. Jogam à bola, põe-no às cavalitas e entra assim com ele na água, fazem pocinhas na areia.
Os companheiros chamam o jovem que se despede do Elias. Só que este nem por nada quer perder o seu novo amigo e arranja estratagemas. Mostra as mãozitas sujas e pede ao rapaz que lhas lave no mar. De regresso, volta a metê-las na pocinha feita na areia e aponta-as para o jovem, como quem diz: "Estão sujas, vem lavar-mas!" E assim durante mais um tempo.
Depois a avó estende uma toalha sobre uma pedra do paredão para mudar a fralda ao Elias. Mas que paciência a daquela avó! O petiz rebola-se, diz que não, arranca a fralda. E a senhora volta a começar tudo sem nervos, com sorriso, mas persistente.
Pronto, o Elias teima em não querer seguir a avó. Vira-se para todos e fala no "seu latim" que ninguém entende, mas de que todos gostam. A senhora caminha muito devagar e os praiantes lá vão indicando ao Elias a avó. Por fim convence-se. E lá corre, com alguns pequenos tombos na areia pelo meio.
O Elias foi, naquelas horas, o rei daquele pedaço da praia. Todos os olhos o fixaram e todos os corações se deixaram tocar pela onda de luz que irradiava da inocência alegre e comunicativa do petiz.
Obrigado, pequenito, por aqueles momentos. Que continues a crescer para a vida sorrindo, irradiando afabilidade e graça.
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