quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Faz três anos que partiste, mãe!

Recordo. Faz três anos. Era domingo e voltava a casa após a Eucaristia em Santa Helena. Consulto o telemóvel e intrigam-me as numerosas chamadas não atendidas. Ouço uma das mensagens de voz. Parece que o soalho foi abaixo e desci ao abismo. Rapidamente tento recompor-me e elevo para Deus o meu agradecimento pela MÃE maravilhosa com que me presenteou. E fiz ao Senhor uma prece que diariamente repito. " Ó Deus, por bondade, recolhe a Tua amiga! Tu bem sabes quanto ela Te ama!"
Minha mãe partiu para Deus, mas continua ainda mais presente na minha vida. Exactamente porque está em Deus.
E porque creio que está ressuscitada no Ressuscitado, o seu testemunho, os seus gestos, as suas palavras, o seu olhar, o seu sorriso são vida na minha vida.
Só sei que agora não sofre. O sofrimento, esse um Deus que a ama tirou-lho para sempre. Livre das amarras da finitude, imerge agora feliz no novo do Eterno.
Quando cheguei ao cais da partida, teu barco já navegava no alto mar. Então o meu coração acenou-te, partido e perdido porque nem sequer me fora permitido o último beijo de despedida. Mas no coração trôpego de dor ergueu-se, inabalável, uma luz. Nela vi, do outro lado do mar, num cais de vida, Alguém que te esperava, feliz e contente, para te recolher para sempre na Terra da Promessa.
Mãe!
Obrigado pela vida que me deste e amparaste com desvelo sem limites;
Obrigado pelo carinho com sempre me envolveste;
Obrigado pelo silêncio que em ti sempre falou alto;
Obrigado pelo serviço, pela doação, pela entrega sem medida;
Obrigada pela discrição, pela humildade, pelo respeito;
Obrigado pelo amor à natureza e aos animais;
Obrigado por te esqueceres de ti para mais plenamente te entregares à família;
Obrigado pela tua delicadeza e sensibilidade à pobreza e à dor alheia;
Obrigado pela Fé. Uma fé simples, mas confiante, envolvente, forte, vivida e testemunhada;
Obrigado por tudo e por tanto!
Obrigado por seres minha mãe!

Conservo as últimas palavras que te ouvi, dois dias antes da tua partida. Fora visitar-te e já era tarde quando regressei. E no beijo da despedida, sussurras-me baixinho: "Vai devagarinho, meu filho!"

2 comentários:

  1. Por mais palavras que se possam dizer nenhuma delas atenua a saudade...
    Abraço neste dia especial.

    Pedro

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  2. Recordo com grande saudade esse grande coração , sem duvida uma pessoa fantástica ,das pessoas mais maravilhosas que conheci na minha vida ,pela sua sensibilidade ,carinho e pelo seu amor , sempre com um sorriso na boca ,sempre preocupada pelo bem estar dos outros.
    Obrigado por tudo.
    Obrigado por fazer parte da minha vida.

    Armando Gouveia

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