quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

QUE CAMPANHA AUTÁRQUICA QUEREMOS!?



2017 é ano de eleições autárquicas.
O poder autárquico é o que está mais perto das populações e lhes é mais acessível. Não tenho neste momento dados sobre a abstenção neste tipo de eleições, mas acredito que sejam as que menos cidadãos eleitores tenham a abster-se de votar. E compreende-se. É aos autarcas que as populações se dirigem para a resolução de múltiplos e variados problemas que têm a ver com a sua vida. E mesmo quando se precisa de ir às instâncias do poder central, é muito importante a solidariedade do poder autárquico.
Mas porque estão mais próximos, os autarcas são mais conhecidos dos eleitores. A sua acção e o seu comportamento, sendo mais visíveis, tornam-se facilmente analisáveis e deturpáveis, tanto no melhor como no pior sentido.

Então nesta campanha:
- que os vários candidatos apresentem as suas propostas com clareza, de modo que os cidadãos fiquem correctamente informados para poderem optar;
- sabendo que toda a eleição comporta também uma avaliação da obra feita, que tal avaliação seja realizada objectivamente, oferecendo os motivos de concordância ou discordância;
- que a campanha decorra dentro de uma dinâmica de esperança realista;
- que se evite a demagogia de tudo prometer a todas para não criar nas populações a decepção que acarreta sempre o afastamento dos eleitores da política e do interesse pela causa pública;
- que a campanha tenha nível e dignidade. Apresentem-se e debatam-se ideias e projectos, mas evite-se o ataque pessoal e mesquinho. "Lavar roupa suja" é para o lavadoiro, nunca para uma campanha de nível e com nível;
- que a saudável discordância política saiba respeitar o cavalheirismo entre os vários candidatos. Antes de tudo, está o ser humano e sua infinda dignidade. Há adversários, não pode haver inimigos. Pode-se discordar, mas existe o dever de ser SEMPRE cavalheiro;
- que os cidadãos estejam atentos, sejam serenos, saibam analisar a postura e as propostas dos candidatos e se decidam, não pelo interesse particular e - tantas vezes - mesquinho, mas tendo sempre em conta o bem comum. Quandos todos estiverem bem, cada um também estará.
Também as novas tecnologias são para todos, mas não são para tudo.
É aflitivo como algumas situação insignificantes merecem tanto debate, tanto acusação, tanta desculpa, tanta insinuação, tanto ataque pessoal nas redes sociais.
Parece que não queremos ver mais que um dedo à frente dos olhos.
Os grandes problemas passam ao lado. O mesquinho, a intriga, os jogos por baixo da cinza é que comandam.
- A questão da falta de emprego pela ausência de investimento nesta zona
- O turismo de que tanto se fala mas pelo qual há imenso a fazer. E o turismo será certamente uma fonte de emprego e de desenvolvimento
- A recuperação das partes antigas das localidades, tantas vezes abandonadas e transformadas em escombros
- A preservação do património
- A elevação cultural do concelho... Nem uma universidade sénior temos... Nem uma rádio local...
- Dinamizar, organizar e otimizar a assistência social de modo a evitar a quintalização da mesma e o dispêndio de dinheiro que não existe
- Na época da globalização, nenhum município é uma ilha, por isso há que trabalhar com outros municípios de modo a que haja desenvolvimento regional que a todos favoreça e dê resposta válida a questões vitais para as pessoas, como a saúde que está como está nesta zona toda
- Incentivar e apoiar ativamente toda a iniciativa cívica no campo da cultura, da economia, do associativismo
- Um novo olhar sobre a agricultura precisa-se: novas culturas, melhoramento da logística agrícola, escoamento dos produtos, arrendamento e junção de parcelas de terrenos
- Desburocratização dos serviços, essa teia imensa consumidora de tempo, paciência e recursos
- Criar um ambiente positivo que ultrapasse a má-língua, o deita-a-baixo, canalizando as energias para a construção do futuro.
- Vivenciar a democracia no que tem de mais belo: participação cívica, criatividade, solidariedade, empenhamento


Neste ano eleitoral não olhemos só para o umbigo de cada um, de cada partido. Nem para a sombra dos outros!
Olhemos longe, olhemos ao largo.

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