Neste mundo, composto de mudança, permanece, na pessoa, a
necessidade do encontro, do pouso e do repouso, da aragem e da paragem, de um
toque da ternura, do sabor da comida, do olhar cruzado, do rosto beijado, do
corpo abraçado, do cheiro único da pessoa, da terra, dos frutos. A pessoa
humana permanece a mesma! Cada vez mais ligada
às máquinas, e ao virtual, e cada vez mais carente de uma presença, de uma
proximidade pessoal, de carne e osso, de lágrimas e sorrisos! Tudo passa, tudo
cai; tudo se se desmorona, para dar lugar a qualquer coisa nova, mas isto mesmo
permanece: a infinita sede de amar e de ser amado. O amor é o que fica de tudo
o que passa! Se não houver amor, a rede social enreda em vez de unir; a imagem
cega em vez de iluminar; a aplicação prende, em vez de ligar. Convém não nos
iludirmos com as falsas profecias da rapidez e da facilitação, que isto de
viver, de amar e de sofrer, de edificar a vida sobre um fundamento sólido, é
uma história vagarosa, que dá muito trabalho, e exige muita paciência.
Gonçalo Amaro
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