Desde criança que trabalha no duro. Aos 70 anos continua a sair de casa, muito cedo, marmita na mão, rumo ao trabalho agrícola. Como diz o povo, para "ganhar o dia".
O trabalho dele e da esposa, o sentido de poupança que sempre os orientou, possibilitaram a aquisição de imóveis que julgavam garantir-lhes um velhice tranquila. Só que a agricultura está como está; não havendo emprego nesta zona, as pessoas não se fixam e as casas e lojas ficam por arrendar… Apesar de uma vida de trabalho, as reformas são uma pobreza.
Por outro lado, como ele costuma dizer, neste país quem tem alguma coisita e trabalha é sobrecarregado de impostos. "A vida está para os ricos que arranjam maneira de se 'safar dos impostos' e para os que nada têm, porque recebem tudo do estado sem trabalhar."
Assim para poder manter a dignidade de vida e para poder apoiar os seus, o septuagenário continua a "dar o corpo ao manifesto", mesmo quando este já pede o merecido repouso do guerreiro.
Diz que ninguém imagina os dias de trabalho que lhe saem do corpo cansado e dos quais não vê um cêntimo. São para pagar impostos, taxas, seguros e outras obrigações legais.
Está assim a baixa classe média deste país que a não apoia mas a suga.
Vêm aí as eleições. Seria justo que as forças políticas assumissem o compromisso de, uma vez por todas, deixarem de fazer da baixa classe média "o bombo da festa" que carrega a economia nacional.
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