"Tenho 40 anos, sou casado e pai de dois filhos(ela de 11 e ele de 9). Exerço uma profissão liberal tal como a minha mulher...
Por vezes chego a casa esgotado. Mas tenho que ir buscar os filhos à escola, pois minha esposa ainda chega mais tarde. Então "comando as tropas" que vão tomar o seu banho, organizar as suas coisas antes de um tempo de estudo. Há que apoiar um e outro nas tarefas de casa, mesmo que às vezes tenha a sensação que vai estourar o tampo à minha cabeça, tal o cansaço. Há que recorrer a todas as energias para estar calmo e ser capaz de ajudar.
A minha mulher chega e começa a preparar o jantar. Os trabalhos escolares vão ficando prontos e é dada uma última atenção às revisões das matérias que aprenderam na escola.
Os pequenos têm agora um merecido tempo de descanso que aproveitam para ver TV, viajar pela internet ou para conversar comigo ou com a mãe na cozinha.
Agora vou pôr a mesa. Bem sei que deveria pedir ajuda aos pequenos, mas eles também estão tão cansados! E têm direito a ser crianças...
A refeição, tirando um ou outro resmungar por causa desta ou daquela comida que não é apreciada, são sempre momentos bonitos de partilha.
Regressam os miúdos a um tempo de lazer enquanto eu levanto a mesa e lavo a louça. Minha mulher ocupa-se agora da ajuda na organização das mochilas para o dia seguinte, na preparação das roupas e noutras coisas que a vida familiar comporta.
21.30h. São horas de os pequenos emigrarem para vale de lençóis. Nem sempre é fácil. Há por vezes algum deles que suplica "mais um bocadinho". O cansaço torna frágil a paciência. Há que ser decidido sem perder o controle.
Finalmente estão os dois no descanso. Passamos pelos seus quartos para um beijinho do boa noite e para um momento sentido de oração com eles.
Resta agora um tempinho para o casal. Partilharmos, conversarmos, ajudarmo-nos, namorar... Habituámo-nos a estes momentos tão nossos em cada dia. São-nos indispensáveis para o equilíbrio pessoal e conjugal.
São seis e meia da manhã. O despertador acorda-nos. Há que reiniciar a jornada. Acordar os miúdos, velar para que tomem o pequeno almoço após a higiene, ver se têm tudo o que precisam para as actividades lectivas e extra-curriculares e caminhar para o carro, enfrentado as filas enormes que no trânsito da cidade se fazem sentir àquela hora.
Já ficaram na escola. Ainda é cedo, mas vou aproveitar o tempo no meu local de trabalho. Quando colegas e outros funcionários chegam, já tenho tudo orientado. É um trabalho exigente, que não se compadece com descuidos ou superficialidades. Até às 19 horas, tirando os minutos do almoço, é laboração contínua... Ah! E cara alegre!
Como vê, Padre, não são só os sacerdotes que têm vida difícil. Quis partilhar consigo e com os leitores a minha experiência.
Tenho a graça de ser um homem crente e, como tal, dar um bocadinho do meu tempo a actividades da Igreja com minha mulher. E como a fé me ajuda!
Claro que um padre vai buscar à fé a sua razão de existir, por isso dela recebe a força para enfrentar dificuldades, mormente o isolamento.
Mas o padre não deixa de ser homem. E muitas vezes penso que, mesmo esgotado, tenho a minha mulher que me ouve e acolhe. E o padre ... tem as paredes.
Também por isso vos admiro.
Força, Padres!"
Por vezes chego a casa esgotado. Mas tenho que ir buscar os filhos à escola, pois minha esposa ainda chega mais tarde. Então "comando as tropas" que vão tomar o seu banho, organizar as suas coisas antes de um tempo de estudo. Há que apoiar um e outro nas tarefas de casa, mesmo que às vezes tenha a sensação que vai estourar o tampo à minha cabeça, tal o cansaço. Há que recorrer a todas as energias para estar calmo e ser capaz de ajudar.
A minha mulher chega e começa a preparar o jantar. Os trabalhos escolares vão ficando prontos e é dada uma última atenção às revisões das matérias que aprenderam na escola.
Os pequenos têm agora um merecido tempo de descanso que aproveitam para ver TV, viajar pela internet ou para conversar comigo ou com a mãe na cozinha.
Agora vou pôr a mesa. Bem sei que deveria pedir ajuda aos pequenos, mas eles também estão tão cansados! E têm direito a ser crianças...
A refeição, tirando um ou outro resmungar por causa desta ou daquela comida que não é apreciada, são sempre momentos bonitos de partilha.
Regressam os miúdos a um tempo de lazer enquanto eu levanto a mesa e lavo a louça. Minha mulher ocupa-se agora da ajuda na organização das mochilas para o dia seguinte, na preparação das roupas e noutras coisas que a vida familiar comporta.
21.30h. São horas de os pequenos emigrarem para vale de lençóis. Nem sempre é fácil. Há por vezes algum deles que suplica "mais um bocadinho". O cansaço torna frágil a paciência. Há que ser decidido sem perder o controle.
Finalmente estão os dois no descanso. Passamos pelos seus quartos para um beijinho do boa noite e para um momento sentido de oração com eles.
Resta agora um tempinho para o casal. Partilharmos, conversarmos, ajudarmo-nos, namorar... Habituámo-nos a estes momentos tão nossos em cada dia. São-nos indispensáveis para o equilíbrio pessoal e conjugal.
São seis e meia da manhã. O despertador acorda-nos. Há que reiniciar a jornada. Acordar os miúdos, velar para que tomem o pequeno almoço após a higiene, ver se têm tudo o que precisam para as actividades lectivas e extra-curriculares e caminhar para o carro, enfrentado as filas enormes que no trânsito da cidade se fazem sentir àquela hora.
Já ficaram na escola. Ainda é cedo, mas vou aproveitar o tempo no meu local de trabalho. Quando colegas e outros funcionários chegam, já tenho tudo orientado. É um trabalho exigente, que não se compadece com descuidos ou superficialidades. Até às 19 horas, tirando os minutos do almoço, é laboração contínua... Ah! E cara alegre!
Como vê, Padre, não são só os sacerdotes que têm vida difícil. Quis partilhar consigo e com os leitores a minha experiência.
Tenho a graça de ser um homem crente e, como tal, dar um bocadinho do meu tempo a actividades da Igreja com minha mulher. E como a fé me ajuda!
Claro que um padre vai buscar à fé a sua razão de existir, por isso dela recebe a força para enfrentar dificuldades, mormente o isolamento.
Mas o padre não deixa de ser homem. E muitas vezes penso que, mesmo esgotado, tenho a minha mulher que me ouve e acolhe. E o padre ... tem as paredes.
Também por isso vos admiro.
Força, Padres!"
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