#somostodospessoas
Migrantes socorridos no Mediterrâneo (foto reproduzida daqui)
Um pano branco à janela ou uma peça branca de roupa é o apelo de um conjunto de organizações católicas para o próximo Domingo. O objectivo é que cada pessoa manifeste a sua indignação pela tragédia que se tem consumado no Mediterrâneo e “pelos milhares de pessoas que têm sido engolidas pelo oceano”, como afirmou o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, citado na Ecclesia.
A iniciativa inclui uma prece no momento da oração dos fiéis, em cada eucaristia celebrada, pedindo a Deus que ajude a construir “uma só família humana”.
Convocada poucas horas antes da reunião dos responsáveis políticos da União Europeia, a iniciativa #somostodospessoas pretende afirmar a solidariedade para com as vítimas dos naufrágios no Mediterrâneo. Ao mesmo tempo, os seus promotores pretendem afirmar a possibilidade de medidas “de maior humanização” para com os migrantes, mais do que a “excessiva preocupação securitária” por parte da Europa.
Na página da Cáritas na internet, afirma-se que estes migrantes que naufragam e morrem no Mediterrâneo “têm sido ultrajados na sua dignidade humana ao tentarem atravessar fronteiras à procura das mais básicas condições para a sua sobrevivência”.
Só nestes primeiros 112 dias de 2015, morreram já mais de 1500 pessoas, número 50 vezes superior ao de 2014. “Os acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente a morte de mais de 700 pessoas que se viram trancadas no porão do navio, e muitos outros já vividos não só no nesta região mas também noutros lugares onde a imigração é considerada irregular face às leis humanas vigentes, obrigam-nos a não ficar calados, sob pena de sermos cúmplices de um verdadeiro massacre que deveria envergonhar o mundo, particularmente os que têm responsabilidades políticas”, lê-se no site da Cáritas Portuguesa.
Os promotores da iniciativa recordam uma frase do Papa Francisco: “São homens e mulheres como nós, irmãos que procuram uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras. Procuram uma vida melhor, procuravam a felicidade.” E acrescentam: “Acreditamos que a União Europeia pode e deve fazer mais por cada uma destas pessoas, nomeadamente, olhando de forma diferente para os seus países de origem. As organizações da Igreja Católica pedem medidas que ultrapassem a excessiva preocupação securitária e de controlo de fronteiras e que se pensem alternativas de maior humanização.”
As organizações que convocam a iniciativa, com o apoio da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, são Agência Ecclesia, Cáritas Portuguesa, Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Nacional Justiça, Comissão Paz e Ecologia dos Religiosos, Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Obra Católica Portuguesa de Migrações, Rádio Renascença, Serviço Jesuíta aos Refugiados, Sociedade de São Vicente de Paulo. O Santuário de Fátima também já anunciou juntar-se à ideia.
Fonte: aqui
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