Portugal continua a arder.
Ainda hoje o jornal Sol titulava: "30 fogos activos, sendo o distrito de Viseu com casos mais preocupantes".
As chamas nos concelhos de São Pedro do Sul e de Tabuaço, Viseu, que deflagraram na sexta-feira, mobilizam mais de 500 bombeiros. Em Candal (São Pedro do Sul) estão 414 bombeiros e 93 veículos a combater o fogo com uma frente activa. Já em Barcos (Tabuaço) estão 148 homens, apoiados por 41 viaturas, a combater o incêndio com uma frente activa e reactivações pontuais.
Um bombeiro da corporação de Alcobaça, em serviço de combate ao incêndio que tem atingido S. Pedro do Sul, morreu depois do veículo tanque de combate a incêndios em que seguia se ter despistado. Um colega, que seguia na mesma viatura, sofreu uma fractura.
Faz-se uma campanha intensa contra as possíveis causas de incêndios: limpeza de matas, cuidados a ter na realização de picniques, alertas sobre o uso de tabaco, exigências para a realização de queimadas, etc.
Na minha opinião e na de muita gente que tenho escutado, falta a luta sem tréguas contra incendiários e possíveis mentores. A esmagadora maioria dos incêndios são "fogos postos".
Há os pirómanos, doentes que sentem prazer em pegar fogo às matas. E não haverá grandes interesses por trás desses doentes que exploram a sua debilidade e depois, com toda a sorte de ameaças, os obrigam ao silêncio? Não há ainda quem pegue ou mande pegar o fogo por vingança?
Matas limpas? Sem dúvidas. Tanto as particulares como as outras. E as que pertencem a organismos estatais ou a baldios estão limpas? Dão exemplo? Não seria uma óptima ocupação para tanta gente que recebe "ordenado mínimo" e que pode trabalhar?
Cuidado com cigarros, picniques, queimadas? Sempre.
Mas extremo cuidado e exemplar correcção para incendiários e seus possíveis mandantes. É neste aspecto que falta investir mais, muito mais. E tal compete ao estado que tem o dever de assegurar a tranquilidade de pessoas e bens. Se não tem polícia adequada em número e qualidade para actuar, só tem que investir mais e mais. Se as leis não são persuasivas, só tem que legislar em condições.
É que enquanto não formos ao fundo da questão e nos detivermos por panaceias, o problema não se resolve.
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