Não é só a Religião Islâmica que tem fundamentalistas. No Catolicismo também os há. Com uma diferença: os fundamentalistas católicos não usarão armas nem o terrorismo dos atentados e das guerras… Refiro-me a católicos.
É um dos assuntos que mais me preocupa nos tempos atuais. A existência de grupos ultraconservadores e, pior ainda, fundamentalistas. Julgam-se os "os bons católicos". Os outros são hereges, comunistas, marxistas, maçons, mundanos, infiéis. São grupos aguerridos e que fazem das novas tecnologias o seu campo de batalha. Grupos pequenos, mas que querem fazer passar a mensagem de que são a maioria.
Perdoem-me a impressão. Mas tudo aquilo que Jesus condenou nos fariseus do seu tempo, revejo na atuação destes pequenos grupos.
Com a devida vénia, transcrevo um texto que aborda este tema, de premente atualidade. Peço a sua leitura.
"O substantivo ou adjectivo, como lhe
quiserem chamar, não é da minha autoria. Chamam-se ultras àquelas pessoas que,
por algum motivo e em determinado aspecto, são extremistas ou radicais. Ouso
chamar ultras àqueles católicos de uma ala extremamente conservadora e que têm
atacado veementemente o Papa Francisco e grande parte das suas opções,
posturas, discursos e documentos, indiciando que estão contra a doutrina e
contra a Igreja.
Os ultras são, na sua maioria, gente que
gosta de se pensar como uma elite. Cardeais, ou parecidos, que adoram longas
caudas e longas vénias, vestes bordadas e de marca, autênticos príncipes e
princesas da Igreja instituição. Padres e quase padres, ou leigos que parecem
mais que padres, e citam de cor o catecismo, Tomás de Aquino, documentos e
papas de séculos passados. Os argumentos são quase sempre citações ou passagens
da história caducada. Também citam a Bíblia, como arma de arremesso, porque a
Bíblia diz assim e assado. Porém, apenas utilizam passagens e versículos que
justificam, literalmente, as suas investidas. Parece gente formada. Mas é mais
enformada que formada. Mais manipulada que formada. Aliás, utiliza muito esse
estratagema da manipulação. E segue líderes interesseiros que não estão
dispostos a perder o seu status quo. Gente que se acha dona do Espírito Santo e
sabe a vontade de Deus, em primeira mão.
Arrogam-se o direito de atacar quem quer
que tenha opinião diferente da sua ou que ponha em causa a pretensa doutrina ou
as normas morais. Nem que seja o Sumo Pontífice. Ou seja, o responsável máximo
da mesma Igreja que tanto defendem. São integristas, donos da verdade, e veem
inimigos em tudo e em todos. Porque todos os outros são impuros. Não fazem
parte do grupo dos puros. Vade retro.
São católicos que estagnaram numa fase
da história da Igreja que já lá vai, mas que querem ressuscitar. Na esperança
de que haja uma nova ressurreição. Não a de Jesus. Mas a da Igreja que
desfaleceu. Gente que não quer ver os sinais dos tempos e se sente ofendida que
alguém o faça. Gente que se acha a mais católica do mundo e que faz juras de
fidelidade à mãe Igreja. Na sua boca, fica-se, muitas vezes com a sensação de
que é Deus que serve a Igreja e não a Igreja a Deus.
Gente que me faz
lembrar os fariseus hipócritas do tempo de Jesus que viviam para cumprir
coisas, rituais, preceitos, sem que isso interferisse realmente no mais íntimo
das suas vidas, o coração. Conjunto de gentes que gostam de se chamar
comunidades, embora sejam mais guetos fechados sobre si mesmos, que vivem mais
para manter as crenças dogmáticas do que a simplicidade da fé e do amor
salvador e misericordioso de Deus. Gente que é capaz de adorar a Deus, mas não
tenho a certeza de que O amem."
Fonte: aqui
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