quinta-feira, 31 de outubro de 2019

ESTÁ A DECORRER NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA A APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DO GOVERNO

Entre muitas questões, gostaria de focar algumas:...
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1) ---Quando vão ser dadas aos trabalhadores do sector privado as mesmas regalias e condições que têm os que trabalham no sector público? Não são todos portugueses? Sinto que a situação presente - que me parece vai continuar - é uma escandalosa situação de desigualdade.
Porque recebem 635,00 como ordenado mínimo os trabalhadores da função pública e 600,00 os do sector privado? Porque trabalham só 35 horas semanais os trabalhadores do sector público e 40 horas os do sector privado? Porque têm regalias da ADSE, para eles e para os filhos, os trabalhadores do sector público e não têm acesso a essas regalias os do sector privado?
Não quero dizer que os funcionários públicos têm culpa. De modo nenhum. A maior parte dos trabalhadores do sector público também são mal pagos. A maior parte não recebe mais do que o salário mínimo. Só quero dizer que, mesmo assim, os trabalhadores do sector privado ainda estão pior, porque trabalham mais horas, recebem ainda menos do que os do sector público e não têm as regalias e facilidades da ADSE.
2).---Está previsto e prometido o aumento do ordenado mínimo para 750,00 até 2023. Recebendo 600, 00, se o casal paga 300 ou 400 euros de renda de casa, e tem que sustentar mulher e filhos, o que lhe sobra?
Bem é preciso aumentar-se o ordenado mínimo para todos os trabalhadores (do público e do privado) porque existe no país uma desigualdade escandalosa nos proventos das pessoas que trabalham. Na mesma empresa, há quem ganhe milhões e quem ganhe tostões!
Tal aumento, dizem, depende da evolução da economia.
Se a economia não crescer, vai tudo ficar na mesma? Em minha opinião, pouco rigorosa, a solução está na redução gradual dos vencimentos dos "administradores e dos engenheiros" para se poder aumentar um pouco os salários dos demais trabalhadores.
E porque não? - pergunto - fazer os trabalhadores participantes dos lucros das empresas, por vezes fabulosos?
O que acontece é que as pequenas empresas e as instituições sociais, com rendimentos diminutos, não vão poder garantir esses aumentos, e pode ser a sua morte. Mais uma vez, os grandes a matar os pequenos.
3).-----Quando se fala em falta de verbas para resolver os problemas da saúde, do ensino, dos transportes, etc. , porque se desbaratam essas verbas em despesas sumptuárias e propagandisticas, se dão livros e creches gratuitos aos filhos dos ricos e dos muito ricos, que não precisam delas, se dão privilégios exagerados aos políticos, subvenções vitalícias aos políticos reformados, e se dão milhões aos partidos para eles gastarem em cartazes e lembranças?
As despesas com os ministros, com os deputados, com os partidos, com os consultores são exageradíssimas.
Segundo li no "Público", só o Parlamento gasta 83 milhões de euros em 2019. E para subvenções aos partidos, vão 25,3 milhões.
Porque não imitamos os países ricos como a Dinamarca, a Suécia, a Suiça ou a Inglaterra?
O que eu estranho é que, esperando-se que os partidos da esquerda pusessem em questão tais despesas, não o fazem. Ninguém o faz. Talvez porque todos beneficiam delas.
4) ----No que toca à saúde e ao Serviço Nacional de Saúde, seria certamente muito bom que não houvesse uma saúde para os ricos e outra para os pobres e que todos tivessem acesso à saúde em iguais condições. Porém, as coisas só são teoricamente assim. Quem não tem a ADSE nem pode ter um bom seguro de saúde (só o podem ter os ricos), tem de esperar anos e anos para fazer uma simples operação às cataratas. Está sujeito a esperar por uma consulta de especialidade, anos e anos, com risco de chegar tarde de mais.
Quando os serviços públicos não são capazes de satisfazer as necessidades dos doentes, em tempo útil, o Estado tem obrigação de pagar essas consultas e intervenções cirúrgicas em clínicas privadas. O mesmo se diga de internamentos urgentes, para não terem de ficar amontoados nos corredores dos hospitais. Porque não o faz?
Desculpem, os meus amigos, de me intrometer em assuntos que não conheço a fundo, nem são da minha competência.
Vejam nisto apenas a manifestação do meu desagrado.
Eu sei bem como vivem as pessoas idosas das aldeias, com uma pensão paupérrima. Algumas, já vi eu em farmácias a não levantar os medicamentos que o médico lhes receitou, por não terem com que pagá-los! Gente que trabalhou no duro a vida inteira e tanto deu ao seu país. É muito triste! É escandaloso!
Joaquim Correia Duarte, in Facebook

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