terça-feira, 21 de maio de 2019

Os Morcegos e o Crisma


Conta-se que certo dia uma padre desabafou com um colega: “Já não sei o que hei-de fazer mais. Não consigo que os morcegos abandonem a igreja. Deixam aquilo tudo sujo, imundo. Já tentei de várias maneiras e nada…”
O colega ouviu, sorriu e respondeu: “Queres livrar-te dos morcegos? É fácil. Crisma-os.”
Estamos no tempo das festas da catequese. Primeira Comunhão, Profissão de Fé, Crisma, etc.  É aqui que entra a história dos morcegos. Parece que certos pais e catequizandos só querem mesmo estas festas. Basta ver quantos catequizandos participam na Eucaristia dominical nos domingos seguintes… Para muitos, catequese são as festas.
A catequese não se compara à chuva de trovoada que irrompe naqueles instantes com toda a força, mas em breve desaparece. Já diz o povo que chuva de trovoada seca. A catequese compara-se à chuva mansa e miudinha que penetra na terra e a fecunda. Por isso, mais importante do que as festas é a frequência assídua, interessada e empenhada da catequese, na paróquia e na família. É a participação na Eucaristia dominical para a qual NUNCA deve haver férias.
Ouve-se a cada passo “quero que os meus filhos façam ‘as comunhões’ porque eu também as fiz… Não quero que os meus filhos sejam menos do que os outros… quero que os meus filhos se sintam integrados socialmente… quero que façam ‘as comunhões’ e o Crisma  para amanhã não terem problemas e poderem apresentar certidão que têm tudo para serem padrinhos, casarem, etc… são festas muito bonitas e juntamos a família e amigos…”
Quantos pais apresentam a única razão válida? E essa só pode ser Cristo. A festa da catequese, seja qual for, tem que ser sempre a conclusão de uma etapa da caminhada do catequizando para Cristo. A cada etapa segue-se sempre outra. De acordo com a caminhada do catequizando, cada etapa  é uma fase de amadurecimento da fé.
Mesmo após o Crisma, a catequese não termina. Não pode. O crismado tem agora uma multidão de  opções pela frente que deve escolher de acordo com os seus dons e as necessidades da comunidade: grupos corais, grupos de jovens, grupo sócio-caritativo, liturgia, escutismo, comunicação social, associações e irmandades, dinamização da catequese dos mais novos, etc, etc. Crismado, marcado pelo Espírito, para ser mais Igreja, mais apóstolo, mais interveniente. A fuga é uma mentira, uma traição, uma desumanidade.
Força, amigos mais novos! Perseverança, famílias! Deus não tira nada e dá sempre tudo.

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