Fora visitar uma família. Durante a conversa, chegou um senhor
que eu não conhecia para visitar igualmente aquela família. Percebi nele alguma
retração quando soube que eu era padre.
A certa altura, o assunto da conversa virou para a Igreja, as
paróquias, a vida cristã comunitária. O senhor indagou-me dos donativos,
indicando que a paróquia devia viver dos donativos. Eu perguntei-lhe quais eram
os donativos que ele tinha efectuado, e calou-se. Depois insistiu com o
habitual tema de que a Igreja é rica e que o Vaticano devia auxiliar as
paróquias, ou então que umas ajudassem as outras, referindo explicitamente o
Santuário de Fátima. Tem alguma razão, neste ponto, este senhor. O que ele não
sabia era que o Santuário de Fátima faz vários tipos de ajuda e que o
natural/ideal era que cada comunidade cristã tivesse a capacidade de
subsistir por si mesmo. Esclareci-o de que as contas da paróquia eram públicas
e apresentadas anualmente com transparência, e que a gestão económica da
paróquia tinha passado pelas apertadinhas dado o enorme esforço com a
construção do Centro Paroquial. Disse ainda – no que fui corroborado
convictamente pela família visitada - que nada era obrigatório nesta comunidade
cristã. Nem contribuir economicamente, porque era uma questão de generosidade e
partilha.
Acham que isso interessou
ao senhor? Nada. A conversa continuou no mesmo tom. O senhor continuou a afirmar
que as paróquias não necessitam de contributos de ninguém para nada, que a
Igreja é rica, que… que… que…
Quem não quer entender, mesmo esclarecido, continua a não querer
entender.
Confesso que vou ficando saturado desta forma de entendimento,
que nada tem a ver com uma comunidade verdadeiramente cristã.
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