quarta-feira, 7 de novembro de 2018

"A Igreja é rica ..." para quem nada contribui


Fora visitar uma família. Durante a conversa, chegou um senhor que eu não conhecia para visitar igualmente aquela família. Percebi nele alguma retração quando soube que eu era padre.
A certa altura, o assunto da conversa virou para a Igreja, as paróquias, a vida cristã comunitária. O senhor indagou-me dos donativos, indicando que a paróquia devia viver dos donativos. Eu perguntei-lhe quais eram os donativos que ele tinha efectuado, e calou-se. Depois insistiu com o habitual tema de que a Igreja é rica e que o Vaticano devia auxiliar as paróquias, ou então que umas ajudassem as outras, referindo explicitamente o Santuário de Fátima. Tem alguma razão, neste ponto, este senhor. O que ele não sabia era que o Santuário de Fátima faz vários tipos de ajuda e que o natural/ideal era que cada comunidade cristã tivesse a capacidade de  subsistir por si mesmo. Esclareci-o de que as contas da paróquia eram públicas e apresentadas anualmente com transparência, e que a gestão económica da paróquia tinha passado pelas apertadinhas dado o enorme esforço com a construção do Centro Paroquial. Disse ainda – no que fui corroborado convictamente pela família visitada - que nada era obrigatório nesta comunidade cristã. Nem contribuir economicamente, porque era uma questão de generosidade e partilha.
 Acham que isso interessou ao senhor? Nada. A conversa continuou no mesmo tom. O senhor continuou a afirmar que as paróquias não necessitam de contributos de ninguém para nada, que a Igreja é rica, que… que… que…
Quem não quer entender, mesmo esclarecido, continua a não querer entender.
Confesso que vou ficando saturado desta forma de entendimento, que nada tem a ver com uma comunidade verdadeiramente cristã.

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