domingo, 8 de outubro de 2017

Passei pela minha terra de origem



Falecera o pai de um colega e conterrâneo meu. O funeral realizou-se na tarde deste domingo. Participei.
Nasci em Juvandes, tendo dali saído há 55 anos. Mas as memórias de infância são as mais vivas e pormenorizadas.
Aromas, ambientes, casas, ruas, campos,  envolvência, ainda muito familiares. A modernização não tirou a alma ao essencial.
Só os rostos é que me escapam. Não admira. Em 55 anos muita coisa muda no panorama humano. Gente que já cá não está, gente que nasceu depois de eu ter saído e é hoje avô/avó, gente nova, gente que aqui chegou ou daqui partiu...
Cada espacinho daquela capela me recorda uma história; cada rua e cada casa mais antiga me trazem à tona sensações, vozes, movimentos, encontros e desencontros; a paisagem evoca com vivacidade um tempo que já não é.
Acompanhei o cortejo fúnebre até ao cemitério onde, penso, não entrei mais de 3 vezes em toda a vida.  Sob aquele chão sagrado descansam os restos mortais de tanta e tanta gente que conheci. Meu avô paterno, meus bisavós, tia, tios, primos, vizinhos, amigos, pessoas que me fizeram e me quiseram bem, pobres e menos pobres, gente pacífica e menos pacífica. Por tudo e por todos  elevei uma prece sentida que colei à imagem viva que de muitos preservo.
Foi uma tarde em que a alma de menino teve espaço e asas neste corpo de sexagenário.
No regresso passei por casa de minha prima para  visitar a sua família e estar com meu tio que, depois de uma grave crise de saúde, encontrei melhorzito. Gostei de o ver e da agradável conversa que mantive com a minha prima.

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