sexta-feira, 5 de setembro de 2025
Elevador da glória!
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Há lugares onde é mais perigoso adoecer
As férias decorriam normalmente, Até que, de repente, um familiar meu sentiu dores fortes e persistentes. Dirigiu-se ao Centro de Saúde mais perto. O médico atendeu-o, examinou-o e receitou-lhe um antibiótico e um medicamento para a febre. Regressou a casa, mas as dores persistiam e intensificavam-se. Foi então levado para um Hospital. Por sinal, e ao contrário do esperado, não havia muita gente à espera de ser atendida. Pelo caminho, o doente contactou a Linha de Saúde 24. Um tormento, dado o sofrimento do enfermo! Um questionário interminável e numa linguagem técnica incompreensível para o paciente, o que levava este a referir constantemente: "Não percebi!"
Ao chegar ao Hospital, foi logo atendido. Tempo depois é enviada para casa, apenas com um antibiótico diferente.
O sofrimento acentua-se. Torna-se insuportável. Regressa ao Hospital. Então é descoberto o mal: uma apendicite. O doente quer regressar à cidade de residência, mas é aconselhado por profissionais de saúde a não o fazer. Seria muito perigoso, naquele estado...
É operado de urgência. Intervenção prolongada no tempo. E depois oito dias no hospital em recuperação, com os primeiros tempos a serem muito difíceis.
Felizmente, ao terminar o tempo de férias, ele também teve alta, regressando à residência habitual com os seus, continuando a recuperação satisfatoriamente.
Aquele hospital tem péssimas recordações também para mim. Há 11 anos, passei ali mais de 10 horas à espera que me tirassem um espinha da garganta.
Num Algarve onde se gastou uma fortuna com um estádio de futebol sem praticamente utilização pela modalidade, aquele Hospital deixa muito a desejar a nível de estruturas. Não me parece, contudo, que tal justifique tudo. Houve erros humanos a mais que poderiam ter sido fatais.
O meu familiar não se queixou de funcionários e de enfermeiros. Já alguma comunicação médica deveria ter sido mais clara e presente, tanto para o doente como para a família.
Pelo que me aconteceu a mim há anos, pelo que sofreu o meu familiar no presente e pelo testemunho de pessoas, o Algarve é dos piores lugares para adoecer.
Há 11 anos, dizia-me uma enfermeira que no Verão quadruplicava a população no Algarve, mas o pessoal de saúde era o mesmo, pese embora a propaganda política em sentido contrário...
Por sinal, nesta mesma ocasião, outra pessoa da família realizou um intervenção cirúrgica programada noutro Hospital do país. Em si a operação correu bem, mas surgiram problemas, segundo informações, advindos do contexto da anestesiologia, que preocuparam e que, neste momento, se estão a ultrapassar, felizmente.
A segunda parte das férias foi assim marcada pela preocupação, como diz o povo, "de coração nas mãos". Visitas ao hospital, telefonemas, mensagens, contactos...
Que para o ano seja melhor, bem melhor! Deus nos ajude.
Tal como a habitação, a saúde precisa de ser um desígnio nacional, sem dogmatismos e sem fundamentalismos ideológicos.
Precisamos de melhores estruturas de saúde. Precisamos cuidar, mais e melhor, do tesouro da vida.
Precisamos de mais médicos. Médicos que juntem competência e humanidade.
"O senhor Doutor, aquela pessoa distante, ser superior, algumas vezes intratável", tem que baixar à terra dos humanos e ser humano com eles.
O país investe imensos recursos na formação dos seus médicos. É natural que mantenha em relação a eles a exigência de compromisso, humana e cientificamente, irrepreensível.
Eu sei, todos sabemos, que há clínicos - muitos, muitos - extraordinários. Na dedicação, na competência, na humanidade, no serviço até ao limite. E mesmo estes podem errar, porque não são deuses.
sexta-feira, 15 de agosto de 2025
Fogo Antigo
Ardem os montes como quem grita
por socorro que não chega.
Nas aldeias, o tempo pára —
perde-se a casa, o gado, a vida.
Promessas? Muitas.
Planos? Alguns.
Ações? Poucas.
Há mãos que acendem por ganância,
e penas que mal pesam o crime.
Políticos falam, voltam costas,
e o verde vira cinza no silêncio.
Fica o medo —
nas rugas da velha que tudo perdeu,
nos olhos do homem que nada pôde fazer.
E os culpados seguem,
sem rosto, sem castigo,
como cinza levada pelo vento.
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
15 de agosto - "Padre há 46 anos"
Nasci no dia 13,
fui ordenado no dia 15.
Maria, discreta e fiel,
foi presença desde sempre.
Há 46 anos disse “sim” com tudo:
alma limpa, coração ardente,
cheio da alegria da primeira hora.
Cristo era a paixão maior —
e continua a ser.
A vida ensinou muito.
Erros, insucessos, esperas…
mas também bênçãos sem fim.
Foi Deus quem me sustentou,
não os meus méritos —
mas a Sua graça.
Amo o povo que servi.
Não me sinto incompreendido,
sinto-me acolhido.
Mesmo quando nem todos veem
no padre mais do que um “funcionário”,
sei que muitos me quiseram bem.
E eu a eles.
Mas digo com verdade:
a Igreja — estrutura —
tantas vezes não cuida dos seus padres.
Pede muito, escuta pouco.
Fala de serviço,
mas esquece quem serve.
E é preciso saber sair a tempo,
antes que o corpo e o ânimo se arrastem.
Sair com dignidade,
sem que isso pareça desistir.
Sou padre para sempre,
não pelo cargo,
mas por amor a Cristo.
Hoje, como há 46 anos,
é Ele a razão do meu caminho.
A Ele, gratidão.
Ao povo, carinho.
À Igreja, um apelo:
cuidem dos padres.
Somos humanos,
não máquinas de sacramentos.
E que Maria, que me viu nascer e ordenar,
continue a guiar os meus passos —
até ao último dia.
terça-feira, 12 de agosto de 2025
E continuo. A gostar de viver!
E não conto os anos —
conto os milagres.
Conto as
manhãs em que, mesmo com dor,
acordei com vontade de amar.
As noites em que rezei em silêncio,
e senti Deus a velar por mim.
Fui moldado
pelo sofrimento,
mas não vencido por ele.
As quedas fizeram parte do caminho —
mas foi nelas que a graça me levantou.
A minha vida
tem sido dom.
Ofício de amor, de escuta, de cuidado.
Ao altar, ao Evangelho, ao povo de Deus.
E que povo tão bom o que me foi confiado!
Tantos rostos, tantas histórias,
tantas vidas que me ensinaram
que servir é também ser servido pelo amor dos outros.
A família…
ah, a minha família —
sangue, raiz, sustento.
Presença firme, mesmo na ausência.
Teceram em mim a fé, a coragem,
a alegria de ser quem sou.
E os amigos…
esses que preenchem os vazios com um simples existir.
Mesmo que liguem pouco, mesmo que o tempo passe.
Basta saber que estão.
E já não estou só.
E continuo.
A viver. A gostar de viver.
Mesmo com as limitações do corpo,
mesmo com a memória que, às vezes, se engana.
Sim, sou um
milagre.
Milagre da intercessão de Maria,
essa Mãe que nunca falha,
a quem me confiei tantas vezes
como filho, como padre, como homem.
Costumo dizer-Lhe:
sou Teu milagre. E sou.
Hoje, não
celebro só um número —
celebro a Graça.
Celebro o dom de ser,
de ter amado e sido amado.
Celebro os dias dados e os que ainda virão.
Até quando Deus quiser.
E depois…
peço p’ra cair nos braços d’Ele,
como quem regressa à Casa,
com o coração cheio de nomes,
de gestos, de afetos.
E descobrir, enfim,
que a liberdade maior
é ser eternamente de Deus.
Carlos Lopes
domingo, 3 de agosto de 2025
Situações que me deixam destoutiçado
1. Ao terminar hoje o Jubileu dos Jovens em Roma, um milhão de jovens de todo o mundo esteve com o Papa na Missa de encerramento. Alguns milhares eram portugueses.
Que tempo de antena teve este acontecimento na comunicação social portuguesa? que reportagens? Que presença de jornalistas? Não tenham dúvidas, se fosse um festival de verão com um terço desta gente, a comunicação social portuguesa não largava o acontecimento, entrevistava toda a gente e mais alguma coisa. Se fosse um escândalo no interior da Igreja, tínhamos telenovela no comunicação lusa... É esta falta de verdade que leva cada vez mais gente a abandonar a comunicação social, que, pela parcialidade, se desacredita. As pessoas já vomitam um jornalismo de "faca e alguidar", faccioso, só enxerga o lado doentio da realidade humana.
2. Um povo muito adverso a pensar. Gente primária para quem a tradição humana, o sempre se fez assim é que conta. Da meia noite de 3 até 7 de agosto, está em vigor a Situação de Alerta em todo o território continental. O que é que a "chico-espertice lusa" fez num local deste país que estava em festa para controlar a lei? Antecipou em meia hora o fogo de artifício. E o pior é que, pela reportagem que vi num canal de TV, pessoas dessa terra aprovaram abertamente a decisão da comissão de festas na antecipação do lançamento do foguetório, justificando com a tradição e a ausência de comparticipação monetária para a festividade por parte do pessoal, caso não aparecessem os foguetes.
Entretanto, na situação tremenda em que se encontra o país quanto a incêndios, se um foguete tivesse pegado o fogo, eram a comissão e a população que iam apagá-lo? E se bombeiros tivessem ficado feridos ou falecido no combate a tal incêndio?
Sabemos que os portugueses adoram ficar de "papo ao ar" a ver os foguetes. Pessoalmente acho uma despesa quase inútil, mas respeito o gosto dos outros, O que acho que deve ser condenável é a atitude egoísta e desumana de lançar foguetes só para manter a tradição, num contexto de incêndios que nos assaltam.
3. Ainda a propósito da calamidade dos incêndios:
- Como se quer que as matas sejam limpas quando nalguns lugares do interior só existem velhos que não têm forças para executar a limpeza das matas, nem têm dinheiro para mandar fazer?
- Que estão a fazer aqueles que recebem o rendimento mínimo e podem trabalhar? Se são pagos pelo dinheiro dos contribuintes, devem fazer algo pela sociedade. A limpeza das matas e dos campos era um trabalho que essa gente deveria fazer!
Se existem leis marcadas ideologicamente que o impedem, corrijam-se as leis. Senhores políticos, deixem de ser "caçadores de votos" e legislem em favor da justiça e da paz.
- As cadeias estão cheias. Que fazem os presos além de serem sustentados pelos impostos dos outros cidadãos? Essa gente deveria trabalhar, só lhes fazia bem, formava-os para a vida e seriam úteis à sociedade que os sustenta.
- Os bombeiros, heróis nacionais, têm que trabalhar para sustentar a família. Tantas vezes, depois do trabalho, vão combater o fogo que outros deveriam ter evitado que acontecesse. Tantas vezes que abandonam a empresa para valer aos incêndios...
- Penas muito mais pesadas para incendiários, cumprindo essas penas em serviço em prol da sociedade.
- Penas pesadas para aqueles que se aproveitam dos incêndios - há quem diga que os poderão incentivar - para seu enriquecimento. Quem possa provocar um incêndio, com a finalidade de se enriquecer, é um monstro e deve enfrentar a oposição e determinação social e legal.
segunda-feira, 28 de julho de 2025
O melhor túmulo dos mortos é o coração dos vivos!
domingo, 18 de maio de 2025
Eleições Legislativas 2025
Resultados Globais NACIONAIS 2025
Resultados eleitorais, Concelho de Tarouca:
sexta-feira, 9 de maio de 2025
Leão XIV é o novo Papa
sexta-feira, 2 de maio de 2025
Fiquei fora de mim...
Já lá vão bastantes anos. Ia fazer um trabalho pastoral a um povo. Decorria o Conclave para a eleição do novo Papa. Rádio do carro a funcionar. A emissão é interrompida para anunciar que surgira o "fumo branco", sinal da eleição do novo Papa. Paro o veículo fora da faixa de rodagem e espero, porque estava com tempo. Finalmente a noticia do eleito...
Fico fora de mim. Saio e passeio na via de um lado para outro. Aquela estrada quase não tinha movimento, por isso estava à-vontade. "Senhor, porquê!? Achas que é este tipo de Papa que a Igreja e o mundo precisam? O Espírito Santo meteu férias? Tanta gente a rezar, pedindo a luz do Espírito e Tu não ouviste nada!..." Enfim, uma revolta e um estado de nervos que nem vos conto nem vos digo.
Voltei ao carro e, sabendo que mais à frente havia um bica de água pura, andei e fui beber. Para afogar mágoas e na esperança de serenar.
Cheguei ao destino, ainda longe da hora marcada. Normalmente costumava aproveitar para falar com as pessoas, mas naquele dia, entrei logo na capela e ajoelhei diante do Santíssimo Sacramento. Uma vontade enorme de pedir perdão ao Senhor pela minha revolta, pois em vez de "seja feita a Vossa vontade assim na terra coimo no Céu", tinha barafustado com Deus por Ele não ter feito a minha vontade. E à medida que ali permanecia, uma paz e uma enorme serenidade me invadiram. Como é bom saborear a misericórdia e o carinho de Deus por nós!
Claro que, como muita gente, tenho cá dentro o meu desejo. Não gostava que fosse eleito alguém da linha tradicionalista, e e muito menos ultratradicionalista. Esta gente (Cardeais, Bispos, Padres, Leigos), pequeno número, é barulhenta, gosta de estar na crista da onda e de dar uma ideia de grandeza numérica que não tem. Gostava, clara e decididamente, que fosse alguém da linha de Francisco. Talvez alguém que falasse menos. Quem está à frente, tem que falar pouco, mas bem e oportunamente. Se fosse o Cardeal Tagle, ficava contente, Senhor! Mas Tu e só Tu é que sabes . E ainda bem.
“Eu estarei convosco, até ao fim dos tempos.”
Sentimos a Tua presença reconfortante e temos a certeza de que permaneces sempre ao leme da barca da Igreja e a guias com mão firme no meio das tempestades da história.
Neste momento de ansiosa expectativa, envia o Teu Espírito Santo, para que ilumine a mente dos Cardeais na escolha do sucessor de Pedro: que eles escolham aquele em quem pensaste e que designaste para guiar hoje o Teu rebanho.
Virgem Santa,
Tu que rezaste com os Apóstolos no Cenáculo e esperaste com eles a efusão do Espírito Santo;
reza connosco e por nós e obtém para nós o dom de um novo Pentecostes de fervor, de entusiasmo e de alegre obediência ao Evangelho de Jesus.
Amén.
quinta-feira, 1 de maio de 2025
O que me comprometo em memória de Francisco
1.
sexta-feira, 25 de abril de 2025
O Cravo Que Falta Florir
quarta-feira, 23 de abril de 2025
OS PAPAS TAMBÉM MORREM
“Tudo tem uma duração. Todos temos. Até o papa tem uma duração, lá foi”, ouvia-se ontem nas redes sociais. É o óbvio, apesar de ter sido dito (e sentido) de um modo muito estranho... Recebi a notícia no final da primeira Eucaristia, através de um amigo e, por momentos, voltamos à igreja para, numa oração simples, agradecer ao Senhor o dom do seu pontificado. Na Eucaristia seguinte, numa outra paróquia – a anteceder a Visita Pascal - tivemo-lo presente nas nossas orações e intenções. Sobretudo em ação de graças!
segunda-feira, 21 de abril de 2025
"Em Deus vivemos, nos movemos, e existimos"
sexta-feira, 11 de abril de 2025
5 coisas que Jesus nunca disse, mas as pessoas acreditam
Porque está na moda,
Porque é socialmente correto,
Porque a comunicação social e as novas tecnologias insistem e persistem em afirmar, como se fossem deuses,
Porque as pessoas gostam de ouvir o que lhes convém,
Porque a muitos interessa justificar com o nome de Jesus as suas afirmações,
HÁ 5 AFIRMAÇÕES QUE CIRCULAM POR AÍ E QUE JESUS NUNCA PROFERIU.
Veja aqui
quarta-feira, 9 de abril de 2025
"Ter um amigo é bom, vê-lo partir faz sofrer"
"Ter um amigo é bom, vê-lo partir faz sofrer".
Apenas por isto: pressentir claramente que o caminho é errado, não tem saída e acarretará enorme sofrimento para o amigo que o segue.
Mas a liberdade humana acima de tudo...

Mistérios da liberdade humana!
Alguns apoiam, incentivam, concordam, porque é fixe, porque gostam alinhar na onda, porque é socialmente correcto...
Na hora do desastre, muitos destes "assobiarão para o lado", outros olharão de banda, uns tantos rirão de gozo, e outros fingirão que não conhecem a vítima...
Na hora da verdade, a pessoa que caminha deliberadamente para o abismo reconhecerá que o mundo não tem a dimensão do seu umbigo, que na vida não vale tudo, que a ingratidão brutifica, que não se cura uma borracheira com outra borracheira, que há quem nos queira bem e quem nos utilize...
segunda-feira, 7 de abril de 2025
Os padres impecáveis não existem
quinta-feira, 3 de abril de 2025
João Paulo II (1978-2005): O Papa dos paradoxos morreu há 20 anos
João Paulo II. Um longo pontificado.
Veja aqui uma análise deste pontificado.
Concordando ou discordando, há muita objetividade nesta análise.