domingo, 23 de janeiro de 2022

ERA COSTUME EM JESUS…

Ouvíamos no Evangelho deste Domingo: «[Jesus] foi a Nazaré, onde fora criado, e, segundo o seu costume, entrou em dia de Sábado na sinagoga e levantou-se para ler.» (Lc 4, 16). São Lucas, antes de redigir o Evangelho, teve o cuidado de investigar os factos: «Dado que muitos procuraram compor uma narração acerca dos factos que entre nós se completaram, como no-los transmitiram os que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e servidores da palavra, entendi por bem, também eu, que desde o início averiguei atentamente todas as coisas, escrever-tos, de modo ordenado, caríssimo Teófilo, para que reconheças a solidez das palavras com que foste instruído.» Lc 1, 1-4)

Hoje, os (pseudo) Teófilos (=amigos de Deus) perderam o COSTUME (hábito, tradição, necessidade, vontade) de ir à Igreja ao Domingo – Dia do Senhor – e/ou de se voluntariar também para proclamar a Palavra de Deus. É gente demasiada ocupada que só tem tempo para o que lhes dá jeito: o desporto (futebol, atletismo, jogging matinal), a caça, os passeios e caminhadas ou desperdiçar horas alapados em bares e discotecas a embocar bebidas e a alimentar conversas bacocas.

O novo costume – descaradamente alardeado – é arranjar desculpas para o desprezo a que votam a Santa Missa…
“É perigoso por causa do Covid-19”: os restaurantes, bares, discotecas, feiras, hipermercados ou escolas não são?
“Demora muito tempo”: as novelas, cinema ou jogos de futebol demoram menos? Uma manhã à caça ou a jogar futebol são verdadeiras garantias de salvação?
“É sempre a mesma coisa ”: quantas vezes comemos as mesmas refeições sem reclamar? Quantas manifestações de amor repetidas, bem-queridas e desejadas?
“Os que lá vão são piores que eu”: e aos outros lugares aonde vais são melhores? E só vais a lugares onde houver pessoas melhores que tu? E qual é o critério para os julgares melhores ou piores que tu?
Gente que vomita fé pela boca fora mas vive apenas de fezadas e oportunismos.
Gente que se julga mais que os outros ao ponto de querer condicionar Deus e manipulá-lo ao sabor de interesses próprios, serviços religiosos e pretextos/encenações sociais.
Gente que, por não respeitar Deus, também dificilmente respeitará os homens e, se o fizer, será sempre a pensar nos dividendos que daí poderão tirar…
(P. António Magalhães Sousa)

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