"A frase era demasiado imperativa. Eu sou dona da minha vida. Era demasiado impositiva e antropocêntrica. Eu sou dona da minha vida e posso fazer o que quiser com ela.
Esta frase saiu dos lábios de uma amiga, para afirmar a sua opinião sobre a eutanásia e sobre outros assuntos relacionados com a vida. Creio que ela foi honesta consigo mesma, pois é isso mesmo que pensa. Está convencida que se a vida é dela, é a sua dona. De facto a vida é dela. Mas não creio que seja a sua dona. E não o digo por uma questão piedosa, como quando dizemos, sem mais, “estamos nas mãos de Deus”. Como se fosse um fado, um destino de resignação que não queríamos mas que temos de aceitar. Essa lógica não me agrada muito.
Faço esta afirmação de uma forma, que julgo, um pouco mais cientifica ou com base na experiência humana. Porque se fossemos donos da nossa vida, como explicar que, sem o querermos, nos surjam doenças, problemas, sofrimentos? Se fossemos donos da nossa vida, o mais provável é que todos tivéssemos uma bela casa e belos carros e mais não sei o quê. Seríamos todos muito capacitados, sumamente inteligentes e dotados. Se nós fossemos donos da nossa vida, o mais provável era acabarmos achando-nos igualmente donos das vidas dos outros. Acabaria tornando-se um caos.
Nós somos donos das nossas opções, mas não somos donos da nossa vida."
Nós somos donos das nossas opções, mas não somos donos da nossa vida."
Fonte: aqui
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