"Já aqui utilizei uma expressão da qual não sou propriamente dono, embora me tenha apoderado dela, a “Igreja supermercado”. É com base nessa expressão que hoje reflecti sobre esta Igreja que as pessoas procuram apenas quando querem algum sacramento, e que, no restante espaço das suas vidas, não procuram nem pretendem procurar. Essa Igreja que alimenta serviços mas não alimenta a fé. Essa Igreja que alimenta tradições, mas não se preocupa com o anúncio da Boa Nova. Essa Igreja a que se vai quando se precisa de alguma coisa materialmente ou ritualmente falando.
É essa Igreja-loja que hoje me ocorreu comparar com a loja dos chineses na medida em que as pessoas a procuram, independentemente da qualidade da oferta e exigindo preços de saldo ou preços baixos. Apetece-me manifestar a minha tristeza por um tipo de pessoas que não vivem na e para a comunidade cristã, não contribuem ou partilham com a comunidade paroquial, e exigem todas as regalias possíveis, quando bem lhes apetece, só porque no escaparate se pode ler “Igreja”.
Na conjectura de alguns, a Igreja tem de ser desprendida, pobre, miserável, e assim o mais injusto que ela poderia fazer era tentar manter uma gestão equilibrada das suas contas, da sua administração e dos seus bens. Como Igreja que é, teria de ser espaço gratuito e aberto para todas as necessidades, mesmo que se esvazie de conteúdo e se aproxime da falência.
Enfim, eu também gostava que tudo fosse como nas primeiras comunidades cristãs, que tudo fosse partilhado e tudo fosse gratuito."
Enfim, eu também gostava que tudo fosse como nas primeiras comunidades cristãs, que tudo fosse partilhado e tudo fosse gratuito."
Fonte: aqui
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