Assunção Esteves condena Europa 
"sem coragem e sem rumo"
A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves,  condenou, esta terça-feira, o "modelo soberanista" de "cada um por si" da União  Europeia, que está "sem coragem e sem rumo" numa altura em que a pobreza e o  desemprego alastram.
"A Europa não responde, feita no racional não descobre o razoável. Prossegue  com o seu modelo soberanista de políticas de poder, cada um por si. Esta é uma  Europa cativa de Vestefália, sem coragem e sem rumo", afirmou Assunção Esteves,  durante a entrega dos  Prémios de Direitos Humanos 2011 da Assembleia da República. 
"O século XXI está a ser fortemente marcado pelo agravamento e generalização  da crise económica e financeira internacional que se tem projectado como ameaça  sobre a própria União Europeia", afirmou. 
"A pobreza com o desemprego cresce no mapa do nosso descontentamento. Ela  deixou de estar acoplada ao hemisfério Sul e ao subdesenvolvimento, alastra  agora nos países do hemisfério Norte e interpela-nos a todos, poderes públicos,  indivíduos e grupos", declarou. 
Perante os desafios da globalização, a Europa não responde, lamentou Assunção  Esteves: "A globalização desafia a Europa. A globalização pergunta à Europa, és  ou não és união, em jeito de ameaça existencial". 
"Se os líderes europeus sentassem à mesma mesa a angústia e a esperança dos  seus povos, veriam que as formas políticas ficam vazias de sentido se elas não  exercitam uma vontade verdadeiramente moral e não adiariam por mais tempo as  soluções que correspondem à nossa humanidade comum", argumentou. 
A presidente da Assembleia sublinhou que, "sem unidade, a política perde o  seu poder de transformação". 
Assunção Esteves defendeu "não há discurso de justiça sem direitos humanos,  por eles e para eles todas as políticas públicas são feitas ou todas as  políticas públicas devem ser feitas". 
"Os direitos humanos não estão necessariamente garantidos, nem são  necessariamente irreversíveis", frisou. 
O Prémio Direitos Humanos 2011 foi atribuído à Confederação Nacional das  Instituições de Solidariedade (CNIS), tendo ainda sido atribuída a medalha de  ouro comemorativa do 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do  Homem conjuntamente à Associação de Pais e Amigos de Deficientes Profundos  (APADP), e ao psicólogo Luís Daniel Gil Roque, da CERCIFAF.
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